Concebido por seus idealizadores para ser o grande fato político de 2013, o partido Rede Sustentabilidade, da senadora Marina Silva, corre o risco de se transformar num retumbante fiasco. Até agora, são apenas três os deputados que se deixaram fisgar pelo projeto de Marina: o maranhense Domingos Dutra (ex-PT), o carioca Alfredo Sirkis (ex-PV) e o paulista Walter Feldman (ex-PSDB). Muito pouco para uma legenda que tem pretensões presidenciais e planeja repetir, em 2014, o desempenho de Marina em 2010, quando ela conquistou quase 20 milhões de votos pelo PV.
Ainda que os propósitos sejam totalmente distintos, a comparação com o PSD, de Gilberto Kassab, é inevitável. Em pouquíssimo tempo, o partido do ex-prefeito de São Paulo montou uma bancada de 52 deputados federais, uma das maiores da Câmara dos Deputados, garantindo o direito de beliscar recursos do Fundo Partidário.
Qual a diferença básica? Kassab, um político, montou um partido voltado para as necessidades de políticos tradicionais – e, portanto, impuros – que buscam janelas de oportunidade para ocupar o poder, conquistando-o pelo voto ou, simplesmente, aderindo a qualquer governo. Marina, uma líder de natureza messiânica, montou uma seita para atrair fiéis que ela define como "sonháticos". Só pessoas puras.
E o que essa seita propõe? Marina diz que talvez nem todos possam ter um automóvel, mas todos podem ser mais eruditos. Ao ser colocada diante de questões difíceis, como a união de pessoas do mesmo sexo, ela tergiversa e sai pela tangente, propondo plebiscitos – o que provocou o fim do seu diálogo com grupos LGBT.
A ex-senadora acreana tem o apoio de dois bilionários, Neca Setúbal, do Itaú, e Guilherme Leal, da Natura, mas é improvável que ela, com sua postura sectária e personalista, tenha papel relevante na próxima disputa presidencial. Não será novidade e terá tempo de dizer apenas uma mensagem no horário eleitoral: "Meu nome é Marina
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