Sua majestade, o torcedor, tratado feito gado
blog do juca kfouriNos últimos dias o Brasil inaugurou três novos estádios: o do Grêmio, o Castelão e o Mineirão, os dois últimos destinados a receber a Copa das Confederações, em junho, e a Copa do Mundo, no ano que vem.
No do Grêmio, a tradicional avalanche de seus torcedores derrubou a grade e feriu sete pessoas, milagrosamente sem gravidade.
No Castelão, chegar e sair do estádio foi uma tortura.
No Mineirão também, mas, em Belo Horizonte, esse foi o menor dos dramas.
Porque faltou comida, faltou papel higiênico, faltou até água nos bebedouros e nos bares, além de ter sido uma odisséia o simples ato de comprar um ingresso.
E se faltou água para beber, se os bebedouros estavam secos, imagine os hidrantes.
Em bom português: tragédias como a da boate em Santa Maria têm o mesmo DNA: a irresponsabilidade das autoridades que liberam locais públicos sem condições de receber as pessoas para dançar ou ver um jogo de futebol, o cidadão tratado como gado por mais que haja o Código de Proteção ao Consumidor e o Estatuto do Torcedor.
Razão pela qual merece aplauso a juiza de Direito Cintia Werlang, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, que, por falta de segurança no estádio Renato Silveira, proibiu que se realizasse o jogo pelo campeonato estadual entre Guarani de Palhoça e Avaí marcado para o último domingo, atendendo pedido do Ministério Público catarinense.
Em sua liminar a juiza argumentou coberta de razão: “Basta lembrar que na boate Kiss, no município de Santa Maria , muitas festas ocorreram sem nenhum percalço, até que, por irresponsabilidade que poderia ser evitada, mais de 200 pessoas perderam a vida”.
Você imagina como estão se sentindo os 60 mil torcedores que foram ao Mineirão imaginando a festa?
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