Ouvindo um programa esportivo que faz muito sucesso aqui no Sul, Sala de Redação , que está no ar de segunda a sexta na rádio Gaúcha, no horário entre 13 horas e 14 horas. Este programa é uma seleção dos "notáveis" do jornalismo esportivo do grupo RBS, tais jornalistas se digladiam, sobre teses, esquemas táticos e analises dos jogos da dupla Grenal, sendo que uns assumem descaradamente sua condição de torcedor.
Tal programa faz um sucesso enorme entre os torcedores fanáticos do Inter e do Grêmio, mas tem sua audiência baseada na fidelidade de seus ouvintes que há anos ,religiosamente ouvem os debates acalorados, e muitas vezes irracionais, pois o fanatismo de torcedor, por vez fala mais alto do que a analise simples e técnica do jornalista de esporte.
Sempre imaginei o jornalismo esportivo como algo supérfluo, artificial, e amador, em função de se ter muita gente que não é do ramo, sem ser profissional no assunto, e admito até cheguei a subestimar a capacidade destes jornalistas de influenciar as pessoas , os cartolas, as torcidas e os milhões de pessoas que em todo território nacional ouvem e acompanham programas do estilo.
Mas hoje dia 22 de abril, ao ligar o rádio do carro, na gaúcha, e ficar ouvindo, por alguns minutos, o Sala de Redação, percebi que os jornalistas esportivos entendem menos ainda de política, e pior ,são capazes sim, de influenciar os seus ouvintes fiéis, pois tais ouvintes, em sua grande maioria só escutam programas esportivos do estilo do sala de redação e o que seus gurus esportivos dizem eles acreditam.
No Sala de Redação de hoje, os debatedores do programa, resolveram falar nas eleições do Paraguai, defenderam a integridade e a moralidade do Presidente eleito Horácio Cartes, pois segundo eles, não se podia provar nada contra Horácio Cartes, que está história de narcotráfico, cigarros, contrabando e homofobia era invenção da esquerda brasileira.
Fiquei assustado , pois realmente não tinha visto uma manifestação tão reacionária e temerosa , pois se todos jornalistas esportistas pensassem semelhante, creio que não apenas uma minoria, imaginem ,se tivessem realmente o poder de executar , gerir , administrar um país .
Cheguei a uma conclusão de muitas coisas, após ouvir o Sala de Redação, que o Brasil sendo o país do futebol, tivemos poucas ditaduras, que o Brasil sendo o país do futebol, temos muita democracia, pois só de imaginar que metade da programação na mídia é voltada para o futebol, e possuindo profissionais tão reacionários nesta área, é um milagre vivermos numa democracia tão avançada como temos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário