Juramento caetanovelosesco suspende formatura na PUC. Ou não
Juramento inusitado suspende formatura na PUC
Estudante inclui de brincadeira o termo ‘ou não’ no final de cada promessa e acaba atrasando em meses a colação de grau
Leonardo Vieira
Leonardo Vieira
RIO - Duas únicas palavras foram o suficiente para atrasar a formatura
de uma turma inteira da faculdade de Cinema na PUC-Rio. Na cerimônia de
juramento dos formandos, em janeiro deste ano, a aluna responsável por
ler o texto resolveu fazer um "adendo": a cada tópico lido, ela incluía a
expressão "ou não" no final da frase, o que revertia totalmente o
sentido da cerimônia.
"Prometo exercer minha profissão/ com espírito de quem se entrega / a
uma verdadeira missão de serviço / tendo sempre em vista o bem comum; ou
não
Dedicar-me a conhecer e avaliar / a realidade social / e aprofundar meus
conhecimentos / a fim de satisfazer as necessidades da sociedade; ou
não
Aplicar-me à busca da verdade / à realização da justiça / e à defesa dos direitos fundamentais do homem, ou não"
Sem serem avisados da brincadeira, os outros estudantes riram e acabaram
repetindo as palavras da aluna. Conclusão: a turma de 30 formandos de
Cinema do período 2012.2 não fez o juramento, e por isso, a colação de
grau foi atrasada em meses.
Quem estava presidindo a cerimônia era o diretor do Departamento de
Comunicação Social, professor César Romero. Segundo ele, seria possível
intervir no juramento assim que a aluna descumprisse pela primeira vez a
leitura do texto, que é padrão para todas as formaturas na PUC-Rio.
Romero preferiu não interromper o ato, mas logo após o evento, mandou um
vídeo do juramento à reitoria da universidade, a fim de que se
decidisse o que fazer com a situação inusitada. No final das contas, foi
decidido que o juramento seria anulado, e duas novas cerimônias
alternativas seriam marcadas, uma em março e outra em abril.
— Eu poderia intervir, sim, mas achei que não deveria. Afinal, os pais
estavam felizes com a formatura dos seus filhos. Fiz isso primeiramente
em respeito aos pais — explica Romero.
Com a decisão, os formandos tiveram de assinar a ata de colação de grau
meses depois dos outros alunos que se formaram em Comunicação Social. A
aluna Maria Eduarda Barreiro, por exemplo, tinha sido aprovada num
processo seletivo, e deveria ter entregado algum documento que
comprovasse a colação de grau até a última terça-feira (16).
No entanto, Maria Eduarda só pode assinar o papel nesta quinta-feira
(18). E mesmo assim, ela terá que esperar até sexta-feira (19) para
poder pegar o documento comprovando que a aluna colou grau. Para não
perder a vaga na empresa, Maria Eduarda chegou a se comprometer a
entregar o documento até esta sexta-feira (19) em Curicica, sede do
Projac, no mesmo dia em que o papel será liberado pela PUC.
— Numa universidade particular, com quase 2 mil reais de mensalidade,
esse tipo de serviço é um absurdo. Poderia haver uma intervenção na hora
da brincadeira ou pelo menos que o juramento não fosse anulado —
reclama a formanda.
Para César Romero, mesmo com os transtornos, o fato serve de exemplo para que novos formandos levem a sério a cerimônia.
— Imagina a presidente Dilma Rousseff dizendo no dia da posse 'prometo
defender os Direitos Humanos, ou não'... A universidade não está
disposta a compactuar com esse tipo de brincadeira — disse Romero.
"Serimonia" Professor??
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