Lula elogia manifestações: "feliz é o país que tem um povo com liberdade"
Ex-presidente entende que atitudes como questionar o custo da Copa do Mundo e pedir mudanças sociais são saudáveis e democráticas
 
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre 
as recentes manifestações que têm tomado as ruas do Brasil durante um 
discurso na Etiópia, onde participa de um encontro sobre segurança 
alimentar na África. Lula considerou os protestos como parte do processo
 da democracia, e afirmou que essa liberdade é benéfica para o Brasil, 
segundo divulgou o Instituto Lula. "Feliz é um país com um povo que vai 
às ruas querendo mais", disse. Ele também elogiou a atuação da 
presidente Dilma Rousseff e sua abordagem em relação às manifestações.
"Nos últimos 15 dias vocês ouviram pela TV e leram pelos
 jornais muita movimentação no Brasil: passeatas, protestos e queria 
dizer a vocês que feliz é o país que tem um povo que tem liberdade de se
 manifestar. E mais feliz ainda é um país que tem um povo que se 
manifesta e que vai às ruas querendo mais", afirmou Lula.
“As pessoas querem mais no Brasil, mais transporte, mais
 saúde, mais salário, questionar o custo da Copa do Mundo. Acho que isso
 é saudável para um país que vive apenas 20 e poucos anos de democracia 
contínua”, completou o ex-presidente.
Combate à fome
 
Durante o evento, 
Lula defendeu a importância do combate à fome e à pobreza como políticas
 de Estado enquanto expunha o exemplo brasileiro. “A fome não será 
erradicada se os pobres não forem incluídos no orçamento do governo. 
Estou convencido que o fim da fome é possível se for uma política de 
Estado, e se não for tratada como um programa temporário ou eleitoral", 
garantiu o ex-presidente, frisando que não pretende "dar lições".
 
Ele também destacou a necessidade de empenho da 
sociedade civil nesse processo e disse que "todos os países da África e 
do mundo podem erradicar a fome se eles incluírem o pobre no orçamento 
nacional. Apenas crescimento econômico não é suficiente". Lula ainda 
comentou as críticas dirigidas ao programa Bolsa Família, afirmando que 
tentou convencer a todos - inclusive o governo - que "dar dinheiro pra 
pobre não é gasto, é investimento".
O evento foi organizando pela União Africana, pela 
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e 
pelo Instituto Lula em Adis Abeba, Etiópia. O objetivo do encontro é 
trocar experiências entre o Brasil, países africanos, e também a China e
 o Vietnã, no combate à fome e ampliação da produção agrícola.
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