"não recomendo", diz jovem sobre ser voluntária na Copa
Quando viu a oportunidade de participar como voluntária de um grande evento como a Copa das Confederações, a estudante universitária Bruna Almeida, 20 anos, não hesitou e se inscreveu para o programa Brasil Voluntário. O que era visto como uma oportunidade de aprendizado, tornou-se uma grande dor de cabeça que a jovem afirma: “não recomendaria nem ao meu pior inimigo”.
O programa, estruturado e coordenado pelo Governo Federal em parceria com a Fifa, tem como objetivo mobilizar voluntários que se dispusessem a ajudar na organização da Copa das Confederações da Fifa Brasil 2013 e da Copa do Mundo da Fifa Brasil 2014.
Entre as funções previstas para a equipe, estão o suporte aos torcedores em aeroportos, pontos turísticos, festas públicas, atendimento à imprensa não credenciada, turistas e população em geral.
Para entrar no programa, as pessoas selecionadas passaram por uma etapa de treinamento online e outra de treinamento presencial. Segundo ela, foi depois dessa fase que começaram as dificuldades para entrar em contato com a organização e obter respostas quanto às dúvidas que ainda pairam entre os voluntários, entre elas, a divulgação das escalas de horário e local de trabalho.
“Primeiro nos disseram que iriam divulgar no dia 25 de maio onde iríamos trabalhar. Quando a data chegou, divulgaram uma nota afirmando que as escalas sairiam dia 7. Eles disseram ainda que não sabiam se o Rio de Janeiro teria uma Casa do Voluntário – um centro de assistência aos trabalhadores – como nas demais cidades-sede, e que não havia previsão para a entrega dos uniformes”, relata ela.
“Entre ontem (segunda-feira) e hoje (terça-feira), a organização começou a responder a esclarecer algumas questões pontuais. Agora, eles afirmaram que os uniformes serão entregues apenas nos dias 14 e 15 - data da cerimônia de abertura do evento. Hoje, nós ainda não sabemos para onde iremos, nem o horário de trabalho”.
Bruna afirma ter apelado, assim como outros colegas, até para Ministério dos Esportes, mas que a falta de respostas é generalizada. “Já ligamos, mas ninguém sabe de nada, nada é resolvido”, critica.
O Ministério dos Esportes afirmou que após a conclusão dos treinamentos oferecidos pelo programa Brasil Voluntário, cada cidade-sede definiu as escalas de atuação e convocou os voluntários. Porém, a prefeitura do Rio de Janeiro ainda não havia apresentado uma definição nesse sentido até a noite desta segunda-feira, 10 de junho.
Por isso, a entrega dos uniformes foi adiada em dois dias. "Os voluntários convocados poderão retirar o uniforme e credenciais durante o treinamento dos dias 15 e 29 de junho", informou o Ministério em nota.
Além disso, a assessoria de imprensa do órgão confirmou que a capital fluminense terá sim uma Casa do Voluntário. Ela será aberta na próxima sexta-feira, 14, e funcionará no auditório do Hospital Escola São Francisco de Assis, localizado na avenida Presidente Vargas, 2863, próximo ao metrô da Praça Onze.
Ainda em nota, o Ministério afirmou que "a comunicação aos voluntários do Rio de Janeiro começou no momento em que a coordenação do programa foi informada pela prefeitura do Rio de Janeiro sobre a convocação". “Um monte de gente que já fez todo o treinamento está desistindo, pois não tem apoio nenhum. Eles falam que a gente tem que criar a cultura do voluntariado para a Copa do Mundo de 2014, mas não dão suporte", diz a voluntária.
“Eu não vou recomendar para ninguém ser voluntário, porque é só estresse”. Apesar disso, Bruna descarta abandonar o projeto dias antes do início da Copa. “Eu tenho um compromisso com o programa e com as pessoas que estarão no Rio de Janeiro para a Copa das Confederações. Se eu desistir, estarei prejudicando gente que não tem nada a ver com a história”, avalia.
Ao todo, 440 candidatos atuarão nos arredores do estádio do Maracanã e nos pontos de mobilidade urbana. Outros 30 voluntários atuarão no Centro Aberto de Mídia do Rio de Janeiro.
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