Ainda algumas linhas sobre Edgar Morin
Postado por Juremir em 17 de janeiro de 2013 - Educação
Edgar Morin é maior sociólogo em atividade no mundo.
Não tem para ninguém.
É disparado o melhor e com a obra mais importante.
A “teoria da complexidade” é um achado que consegue superar até o melhor do neomarxismo de um Pierre Bourdieu e abrir novas perspectivas de análise.
Os seguidores de Bourdieu, que foi um baita pensador, costumam só ver o conflito, o negativo, a luta de poder nos campos – como diz Michel Maffesoli, a filosofia de Bourdieu ensina com originalidade que é melhor ser rico, bonito e jovem que feio, pobre e velho – e os mecanismos de distinção.
Morin consegue juntar competição e cooperação, conflito e associação, alcançando um altíssimo grau de explicação e compreensão sem cair em ruducionismos economicistas nem em teorias conspiratórias ou em superações dialéticas metafísicas dos conflitos de classe.
Três categorias não percebem isso: os ignorantes, os de má-fé e os ideologicamente cegos pela doutrinação do passado.
Essa cegueira ideológica reúne direita e esquerda. A direita neoliberal exultava há 20 anos achando-se moderna e denunciando o anacronismo da esquerda.
Hoje, o neoliberalismo é uma peça no museu do mal responsável pela crise deflagrada nos Estados Unidos em 2008 e que ainda devasta a Europa.
Crise de especulação, desregulamentação e ganância.
Morin diria: precisamos de mais e menos Estado.
Mais Estado para regulamentar e garantir os interesses coletivos.
Menos Estado em tudo que cada homem puder preservar para si sem ferir os demais, essa esfera privada da autonomia, da realidade e da imaginação.
A propósito: por que o Brasil nunca conseguiu ter um grande filósofo, um grande sociólogo, um grande pensador do presente?
Tivemos um extraordinário antropólogo: Gilberto Freyre.
E alguns bons escritores como Machado de Assis e Guimarães Rosa.
Nenhum da estatura de Borges, Balzac e Fitzgerald.
Na sociologia e na filosofia, excelentes professores.
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