quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O FUTURO DA BANDA LARGA DEPENDE DE QUEM?

A universalização da banda larga

Por Bruno Marinoni

A última Conferência Mundial de Telecomunicações Internacionais (CMTI-12) deixou claro que há dissenso entre governos, tensionados pela pressão das empresas privadas de telecomunicação e o cumprimento do dever de atender à demanda da sociedade por efetivação de direitos. Enquanto isso, aqui no Brasil, pesquisadores coordenados pelo Coletivo Intervozes, com apoio do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), realizaram uma investigação comparativa entre países com o objetivo de fornecer dados e apontar rumos para a universalização da internet de banda larga no país.
Se o evento da UIT (União Internacional de Telecomunicações) não conseguiu contar com a adesão dos países ricos para a elaboração de um tratado comum, já o esforço conjunto dos pesquisadores brasileiros resultou em uma ampla análise comparativa e na publicação do livro “Caminhos para a universalização da Internet banda larga: experiências internacionais e desafios brasileiros”.
 
PESQUISA

O livro analisa a universalização da banda larga por meio de diversas abordagens ao longo de seus dez capítulos produzidos por oito pesquisadores. Nele são tratados os temas das opções tecnológicas, da regulação do acesso, dos planos nacionais, do papel do Estado, da infra-estrutura e do funcionamento de redes públicas em alguns outros países, além de fazer uma avaliação do assunto frente à realidade brasileira.

Segundo o professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e um dos coordenadores da pesquisa, Sivaldo Pereira da Silva, o estudo mostra que o melhor caminho para o Brasil é investir em infraestrutura e criar um sistema de regulação que “promova a competição e a efetivação do direito à comunicação por meio da desagregação das redes, da neutralidade da internet e do reconhecimento pelo Estado do direito à banda larga com qualidade”.

Os avanços no sentido apontado pela publicação têm encontrado alguns obstáculos. Empresas que possuem grandes infovias (infraestrutura de transmissão de dados digitais) como NET e Oi no Brasil (as chamadas incumbents), por exemplo, têm sido resistentes à idéia de que devam abrir as redes para que concorrentes possam competir em condições de igualdade.

Além disso, “o governo tem apostado no setor privado, mas a experiência mostra que as empresas privadas não podem chegar em todos os lugares”, afirma Sivaldo Pereira. De acordo com o pesquisador, países como a Austrália têm investido pesado em fibra ótica (tecnologia com capacidade de transmissão de grande volume de dados), enquanto o Brasil ainda é carente de investimentos".

O professor da UFAL defende também que é preciso garantir a neutralidade da rede, “princípio que nasceu com a própria internet”. Segundo essa idéia, todo pacote de dados (datagrama) deve receber tratamento igual, pois sem isso empresas privadas podem interferir no fluxo de dados, obtendo lucro a partir da discriminação do uso que fazem da internet os usuários.

O projeto

O objetivo da iniciativa coordenada pelo Intervozes, que inclui a produção do livro e o funcionamento de um website, é disponibilizar informação de qualidade e promover o debate, alcançando gestores públicos, pesquisadores, estudantes e cidadãos interessados em compreender e fortalecer a luta para efetivar a universalização da banda larga. Para isso busca disponibilizar um grande volume de dados em linguagem didática e acessível, atendendo assim aos interesses do especialista e do leigo no assunto.

Junto com o resultado das investigações a publicação traz ainda doze entrevistas com especialistas e gestores da área. O leitor tem, assim, à sua disposição, uma amostra dos diferentes pontos de vista que compõem o setor, a partir dos olhares de quem está envolvido nos debates cotidianos sobre a efetivação de uma política de universalização da banda larga no Brasil.

O livro impresso poderá ser comprado em livrarias e no Intervozes (pelo e-mail intervozes@intervozes.org.br ), mas os interessados podem ainda optar por fazer o download gratuitamente nos formatos digitais EPUB (específico para e-books e tablets) e PDF através do endereço www.caminhosdabandalarga.org.br . Neste website encontram-se disponíveis também os resultados da pesquisa, dados complementares, vídeos, mapas, infográficos e uma plataforma que permite uma “leitura coletiva”, por meio da qual é possível comentar o conteúdo do livro parágrafo por parágrafo.

Estão sendo agendados também para breve lançamentos presenciais do livro, em que se realizarão painéis de debate. Os eventos serão promovido ao longo dos meses de janeiro e fevereiro em capitais como São Paulo e Brasília, além de em algumas outras cidades do Nordeste e Sudeste.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

DJANGO LIVRE:UM TIRO CERTEIRO NO CORAÇÃO DO RACISMO AMERICANO.


Django Livre: o Anti-Obama, Anti-Spike Lee

  Django Livre - possivelmente é o melhor filme de Quentin Tarantino. A exemplo das demais obras do cineasta, trata-se de um projeto tecnicamente irretocável: da trilha sonora às atuações, passando pela fotografia e pelas incomparáveis cenas de ação. No entanto, há algo de superior em Django em relação aos demais filmes de Tarantino -- que é justamente o modo praticamente perfeito como a narrativa habita seu locus histórico. Poucas películas pontuaram tão bem a questão racial americana quanto ela. O cowboy é negro, o anti-racista é alemão, o grande vilão é a servidão voluntária -- que é prontamente desnaturalizada; não é uma questão de mocinhos e bandidos, é uma questão de vontade de potência contra paixões tristes.
Há dois pontos em Django que incomodaram mesmo o movimento negro americano (o que é revelador): o primeiro é que se trata de um filme bem humorado, o segundo é que a servidão voluntária é retratada como o centro de gravidade do esquema racista da Casa Grande. Talvez incomode ver a KKK sendo ridicularizada antes de ser destroçada por Django na cena mais engraçada do filme -- mas quem não se agrada do riso é, certamente, digno de alguma desconfiança (como, aliás, já lembrava um tal Foucault). Talvez incomode admitir o colaboracionismo negro no esquema da escravidão ou mesmo que não conciliação possível. Mas ter cutucado essas feridas é o torna Django sensacional.
Leonardo de Caprio interpreta não o antagonista da trama, mas uma marionete deprimente de um esquema no qual Samuel L. Jackson, manipulador e inteligentíssimo, move as pobres mentes brancas para a manutenção de uma ordem na qual ele prepondera como chefe e morador distinto da Casa Grande (sem ele mesmo deixar de ser escravo ou, também, uma peça do jogo). O racismo americano é demonstrado em toda a sua dimensão sistêmica, sem se rebaixar ao discurso de conciliação -- como o de Obama na política ou mesmo aquele visto em películas como Invictus -- ou ao maniqueísmo -- como insiste um Spike Lee que não viu e não e não gostou do filme.
A personagem sensacional de Cristoph Waltz, um dentista alemão que se tornou caçador de recompensas e nutre um ódio sem limites à escravatura, não media nem conduz nada: ele é tanto mais um xamã, abrindo portais para novos mundos, do que qualquer outra coisa. E o problema não está no alemão, no outro -- o evidente inimigo e vilão -- mas sim na elite branca e ignorante dos Estados Unidos. Kerry Washington, como a amada de Django, sequestrada e torturada, expressa essa dor sem fim (e duplicada) da mulher negra.

E Jamie Foxx está soberbo. O seu Django é a expressão máxima e definitiva da potência da gente negra. Se ele realmente não era a primeira opção de Tarantino, seguramente, entrará para o rol dos grandes planos B da história do cinema. Deus abençoe o fato de ter sido ele, e não (o cada vez mais irrelevante) Will Smith, o Django. Só o negro é capaz de romper os grilhões que lhe prendem -- e o olhar cortante (de amor, de paixão) de Foxx traduz isso perfeitamente. O inimigo está aqui dentro. Django para lá da farsa histórica e do discurso auto-indulgente: é tudo questão de força, pura força e puro estilo, é questão de confrontar e saber confrontar. Sem isso, não existe liberdade -- e o que interessa: os negros podem. 
Django acerta um tiro certeiro no coração do racismo americano. E também nas duas faces nas quais se desdobra o lado asceta do movimento negro. Aquele discurso que gira em torno da culpa, seja tirando a culpa dos brancos (como no caso de Obama) ou colocando-a paranoicamente sobre eles (no caso de um Spike Lee). Não é questão de culpa, mas sim das coisas como elas realmente estão -- e de que é preciso fazer a diferença optando pela libertação. Não há motivo para se temer o riso. 

  Esta postagem é a primeira do ano V de O Descurvo, ontem foi aniversário de quatro anos do Blog.

A BELA E CONFORTÁVEL VIDA DE SÓCIO DO MAIOR MAFIOSO DO BRASIL.

 

A boa vida de Demóstenes


Sem mandato e prestígio, o ex-senador Demóstenes continua a desfrutar dos luxos da época de parlamentar. Comemorou o Réveillon num dos melhores restaurantes de Paris, frequenta uma badalada academia, faz tratamentos em clínicas estéticas e degusta vinhos

 
 
Josie Jeronimo e Adriano Machado (fotos), de Goiânia
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FELIZ E ASSOVIANDO
 
No dia de seu aniversário, o ex-senador Demóstenes Torres saiu
de casa de terno e gravata, mas não teve compromisso social:
foi a uma clínica estética e comprou iguarias para o jantar
 
 
Apanhado nos grampos que ajudaram a condenar o contraventor Carlinhos Cachoeira a 39 anos e 8 meses de prisão, o ex-senador Demóstenes Torres perdeu o mandato de senador em junho de 2012 e foi afastado do Ministério Público de Goiás. Seis meses depois, porém, embora desprovido de cargo e prestígio, o ex-parlamentar do DEM não perdeu a pose nem a boa vida sustentada por luxos e prazeres dos tempos de parlamentar, quando foi considerado no Congresso uma espécie de paladino da ética, antes de ser flagrado em tramoias com o bicheiro. A fama de mocinho acabou, mas sua rotina continua à base do bom e do melhor.

Na quarta-feira 23, em seu primeiro aniversário depois da queda, assistiu-se a uma pequena romaria na entrada do condomínio Parque Imperial, em Goiânia, onde Demóstenes reside num apartamento avaliado em R$ 2 milhões. Vestido de paletó e gravata, Demóstenes saiu de casa pouco depois das 9 da manhã. Ocupado, conforme um assessor, com os preparativos de um jantar de aniversário, assumiu o volante de uma Vera Cruz Hyundai e passou duas horas fora de casa. No fim da tarde, saiu mais uma vez, dirigindo-se a uma clínica estética. No carro com o vidro semiaberto, dava tchauzinho para quem o reconhecia. Em sua vida sem mandato, Demóstenes tem aproveitado para fazer testes frequentes de popularidade.
 
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Semanas antes de comemorar seu aniversário, o ex-senador saiu-se bem quando enfrentou 20 minutos de fila no Vapt-Vupt – nome do Poupatempo em Goiânia – para trocar o passaporte diplomático, a que tinha direito como senador, pelo comum. Foi reconhecido por cidadãos anônimos, que tiraram fotos com celular. A maioria o aplaudia, mas a funcionária Raquel Silva enquadrou a equipe de atendentes que ameaçava entrar na algazarra: “Coloquei o Demóstenes numa fila. Quando o pessoal foi tirar foto, igual a uma celebridade, eu disse: ‘Menos, gente, menos.’” Dias depois da cassação ele foi à rodoviária para renovar a carteira de motorista. Recebeu abraços e cumprimentos. O mesmo aconteceu em suas idas a supermercados.

A situação se inverte quando Demóstenes aparece nos lugares mais nobres da capital de Goiás. Numa badalada academia de ginástica localizada na Praça do Ratinho, que frequenta há anos, o tratamento é outro – revelam os funcionários. Antes, as pessoas daquele local, um dos pontos de concentração do mundo endinheirado da cidade, formavam rodinha para ouvir histórias e perguntar sua opinião. Na última semana, foi visto sozinho, como uma companhia a ser evitada. Um motorista de táxi que costuma levar Demóstenes até o aeroporto conta que recentemente ele estava muito animado e falante até a metade do caminho. Mas, quando o carro passou pelo rio Meia Ponte, ocorreu uma cena significativa. Chovia muito naquele dia, e o taxista comentou: “O rio Meia Ponte está parecendo uma cachoeira.” Ele conta que após ouvir a palavra “cachoeira” Demóstenes amarrou a cara e fez o resto da viagem em silêncio.

A vida de Demóstenes depois da queda tem elementos que lembram um melodrama do século XIX, mas vários capítulos poderiam ser escritos por Robert Parker, o mais celebrado enólogo do planeta. Em dezembro, Demóstenes esteve em Paris para passar o Réveillon e aproveitou a estadia para jantar no Taillevent, um dos mais exclusivos restaurantes da capital francesa. Situado a poucos passos da avenida Champs-Élysées e do Arco do Triunfo, o Taillevent serve vinhos que custam em média 1,8 mil euros, mas podem chegar a 18 mil euros, caso o cliente opte pelo Bordeaux Château Lafite-Rothschild, safra 1846. O gosto do ex-senador por vinhos raros e caros tornou-se conhecido nacionalmente depois que a Polícia Federal descobriu que Cachoeira lhe deu um lote de cinco garrafas do maravilhoso Bordeaux Cheval Blanc (nota mínima de 93 sobre 100 nas avaliações disponíveis de Robert Parker), pagando US$ 14 mil pela iguaria. Como se vê, longe do Senado e dos holofotes da televisão que ajudaram a transformá-lo num campeão da moralidade pública, Demóstenes continua um cálice refinado e aplicado.
 
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Hoje em dia ele só aparece em Brasília uma vez por semana e passa a maior parte de seus dias em Goiânia. Foi ali que, há poucos dias, num jantar no restaurante Madero, degustou uma garrafa de Pêra Manca (nota mínima de 86 na avaliação de Parker), que custa R$ 940. Em outra ocasião, numa visita à cantina San Marco, informou aos garçons que faria um pedido modesto, para uma refeição rápida. Pediu um Sirah Incógnito, português cujo preço é R$ 450 (87 sobre 100 na avaliação de Parker). Ficou contrariado porque o estoque havia acabado. Acabou servindo-se de um Malbec argentino, o Angélica Zapata, a R$ 300 a garrafa (a qualidade varia, mas Parker deu 91 para a safra de 1997). Ao reunir três procuradores para um encontro festivo, Demóstenes pediu um “Barca Velha”, que pode chegar a R$ 1,4 mil nas boas safras. Como brinde de Natal, Demóstenes distribuiu aos amigos e aliados políticos uma garrafa do sugestivo espumante português “Terras do Demo”, vendida a R$ 80. Procurado por ISTOÉ para uma entrevista, Demóstenes alegou que, orientado por seus advogados, preferia não dar depoimento nem responder a perguntas, mas ficou claro que ainda acumula poder no Estado. Instalada nas vizinhanças da residência do ex-senador, a equipe de ISTOÉ foi abordada por uma viatura policial, que pediu documentos.

Do ponto de vista legal, Demóstenes tem algumas complicações pela frente. Em agosto de 2012, com receio de que, mesmo sem mandato, ele ainda tivesse influência para livrar-se de qualquer investigação interna, 82 procuradores de Goiás assinaram um manifesto público exigindo que fosse aberta uma investigação sobre sua conduta. O caso hoje se encontra no Conselho Nacional do Ministério Público, que tem três opções pela frente. Pode transformar o afastamento temporário em permanente, sem maiores consequências para Demóstenes. Pode ainda aposentá-lo compulsoriamente, o que lhe permitiria conservar os vencimentos de R$ de 24 mil. Ou votar por sua demissão, que implicaria perda de qualquer benefício.

Responsável por arquivar as primeiras denúncias sobre Cachoeira que chegaram ao Ministério Público, o procurador-geral, Roberto Gurgel, costuma fazer pronunciamentos enfáticos em que confirma a disposição de acelerar as investigações contra Demóstenes. Procurado para comentar o caso, o procurador-geral mandou dizer, através de uma assessora, que sempre atuou no Conselho de forma isenta, “sem qualquer interferência nas decisões, como qualquer co nselheiro poderá confirmar”. Na prática, o caso caminha devagar. Amigo de Demóstenes, o conselheiro Fabio Silveira foi sorteado como primeiro relator e depois de 20 dias declarou-se impedido, o que já atrasou o processo em um mês.
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A apreciação dos embargos apresentados pela defesa estava marcada para a terça-feira 29, mas já foi retirada da pauta, o que pode atrasar o exame geral do caso, inicialmente previsto para fevereiro. Com receio daquilo que, em outros tempos, Demóstenes denunciava como pizza, na semana passada três promotores do Ministério Público de Goiás circulavam por Brasília, procurando marcar audiências com os 13 conselheiros que terão a palavra final sobre o caso. “Queremos um julgamento justo, em tempo razoável,” afirma um deles, Reuder Cavalcanti. Ele entende que, numa decisão equilibrada, Demóstenes não deve ter direito a aposentadoria compulsória porque passou os 13 anos fora do Ministério Público. “É por causa desse afastamento que defendemos a demissão.” Para Luiz Moreira Gomes, que foi representante do Congresso no Conselho do Ministério Público, já conseguiu uma nova eleição pelo voto dos deputados e aguarda uma deliberação do Senado que pode reconduzi-lo ao posto, o episódio de Demóstenes tem um caráter exemplar. “A inércia foi uma demonstração de que o Ministério Público não adota para si a conduta criteriosa que exige dos outros,” afirma.

Por causa de uma decisão do ministro Ricardo Lewandowski, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, Demóstenes também enfrenta um inquérito criminal no Tribunal Federal Regional da 1a Região. É investigado por corrupção passiva, prevaricação e advocacia administrativa. Esse processo é mais demorado e não tem prazo definido para chegar a uma conclusão.

Ao perder o mandato, Demóstenes ficou inelegível até 2027. Há poucas semanas, contestando o período em que não poderá candidatar-se, ele apresentou recurso ao Tribunal Regional Eleitoral para rever a decisão. Perdeu, mas cabe uma segunda tentativa. As incertezas da Justiça colocam várias opções no futuro político do ex-senador. Ele não foi totalmente abandonado pelos antigos aliados nem será. Muitos deles têm interesse confesso em sua herança. O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), que atua na mesma fatia do eleitorado, prepara sua candidatura ao Senado em 2014 e conta com os votos de Demóstenes.
No plano pessoal, Demóstenes pensa em atuar como advogado de grandes empresas. Atualmente, além dos vencimentos como procurador (R$ 24 mil), Demóstenes tem rendimentos como sócio da Nova Faculdade, estabelecimento de ensino em Contagem, Minas Gerais. O dono da instituição é Marcelo Limírio, sócio de Cachoeira em redes de laboratórios de Goiás. Nas conversas em que fala de seus planos, Demóstenes tem dito que, se for condenado pelo Conselho da Magistratura, poderá advogar. Wellington Salgado, ex-senador e amigo fiel, já se dispôs a ajudar. 

fonte -blog do Saraiva.

Colaboraram: Izabelle Torres e Claudio Dantas Sequeira
Fotos: divulgação; adriano machado; Directphot


Foto: Adriano Machado
 
IstoÉ
 

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A BOLÍVIA QUE A MÍDIA BOÇAL ESCONDE.

A Bolívia que a mídia oculta


Por Altamiro Borges

Na semana passada, o presidente Evo Morales fez um balanço sobre os avanços do seu governo. A mídia colonizada – que “fala fino com Washington e fala grosso com a Bolívia”, como já ironizou Chico Buarque – preferiu ocultar as boas notícias do país vizinho, como se ele não existisse. No seu velho padrão de manipulação da informação, como ensina o mestre Perseu Abramo, a mídia realça o que lhe interessa e omite o que não lhe interessa. No caso da Bolívia, ela só é notícia quando ocorrem fatos negativos.


Segundo o balanço, que faz parte do novo censo nacional, a economia boliviana vive um período de expansão, impulsionada pela força do mercado interno e pelo aumento dos investimentos públicos. O país está nos primeiros lugares do ranking de crescimento na região. Enquanto a média de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) entre os anos de 1999 a 2005 foi de 2,6%, nos últimos seis anos ele atingiu os 4,8%. No mesmo período, a média da renda per capita da população subiu de US$ 956 para US$ 1.775.

O governo teve papel decisivo como indutor do desenvolvimento. O Estado elevou sua participação na economia de 18,5% para 30,6% em 2012, com o aumento de investimentos e a estatização de empresas. Isso rendeu ao setor público um crescimento na receita de exportação: no caso dos minerais, o governo passou a arrecadar cerca de US$ 11,3 bilhões no período de 2006 a 2012 - quase 10 vezes mais que os US$ 1,75 bilhão entre 1999 e 2005. “Agora dependemos menos do mercado externo”, festejou Morales.

Os avanços na economia tiveram reflexos diretos na melhoria do bem-estar dos bolivianos. Entre 2006 e 2012, mais de 1,6 milhão de pessoas se beneficiaram com projetos de água potável e saneamento básico da campanha Minha Água, que tem como objetivo atingir até 2015 os “objetivos do milênio” traçados pela ONU. Com a introdução de bolsas escolares de US$ 29 para jovens da escola primária e secundária, o governo reduziu o número de deserção escolar e aumentou o número de alfabetizados.

Nos sete anos de mandato de Evo Morales, o governo também investiu pesado na saúde pública em todas as regiões do país. Mais de 10 mil postos de saúde foram criados. Com estas e outras medidas, a diferença entre as taxas de natalidade e mortalidade diminuiu de 2,74% para 2,03%. A população boliviana teve um crescimento de 25,5% nos últimos dez anos, chegando à marca dos 10,3 milhões de habitantes em 2012. Infelizmente, estas boas notícias não mereceram o devido destaque da mídia colonizada do Brasil.

Ao festejar o balanço altamente positivo, o presidente Evo Morales se comprometeu em manter o ritmo das mudanças para atingir os “13 pilares do programa de governo para uma Bolívia digna e soberana”:

1- Erradicação da pobreza extrema;

2- Universalização de serviços básicos para “viver bem”;

3- Saúde, educação e esportes para “formação de um ser humano integral”;

4- Soberania científica e tecnológica;

5- Desenvolvimento integral “sem a ditadura do mercado capitalista”;

6- Soberania financeira;

7- Nacionalização e industrialização dos recursos naturais;

8- Soberania alimentar;

9- Defesa do meio ambiente, “respeitando os direitos da Mãe Terra”;

10- Integração soberana da América Latina;

11- Transparência na gestão pública com base nos princípios de “não roubar, não mentir e não ser frouxo”;

12- Desenvolvimento e desfrute da cultura boliviana;

13- Reencontro com “a nossa alegria, felicidade, prosperidade e nosso mar”.

HUMOR CANALHA E OPORTUNISTA REVOLATA OS BONS PROFISSIONAIS DA IMPRENSA.

Santa Maria: canalhice de Chico Caruso


Por Renato Rovai, em seu blog
Noblat acaba de publicar no seu blogue, no espaço de humor, umacharge de Chico Caruso que é um insulto. Uma tentativa barata de agredir a presidente Dilma e politizar a tragédia de Santa Maria num momento de imensa dor.
Esse jornalismo urubu perdeu completamente a capacidade de enxergar limites e de buscar alguma razoabilidade para a sua ação. Vale tudo para agradar aos que lhes pagam o soldo. Vale tudo para construir um discurso de ódio contra as posições políticas das quais não compartilham.
Sinceramente, achei que só no limbo dos comentários anônimos fosse possível encontrar algo do nível desta charge do Chico Caruso publicada por Noblat.

Sou um ingêno. Esse pessoal que já havia transformado o acidente da TAM em um evento político, quer fazer o mesmo com Santa Maria.

São carniceiros que evocam o que chamam de liberdade de imprensa para esse tipo de coisa.

Espero que parentes das vítimas que se sentirem agredidos e que a própria presidenta tome uma atitude jurídica em relação a isso.

Humor. É esse o título da chamada da charge que você pode ver lá no Noblat, porque ela não entra no meu blogue.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

SOLIDARIEDADE HUMANA É TUDO PARA QUEM FICOU SEM CHÃO PELA TRAGÉDIA.



Lições da tragédia em Santa Maria

Por Marco Aurélio Weissheimer, no blog RS Urgente


A dor provocada por tragédias como a ocorrida neste final de semana na cidade de Santa Maria sacode a sociedade como um terremoto, despertando alguns de nossos melhores e piores sentimentos. Um acontecimento brutal e estúpido que tira a vida de 233 pessoas joga a todos em um espaço estranho, onde a dor indescritível dos familiares e amigos das vítimas se mistura com a perplexidade de todos os demais. Como pode acontecer uma tragédia dessas? A boate estava preparada para receber tanta gente? Tinha equipamentos de segurança e saídas de emergência? Quem são os responsáveis?
Essas são algumas das inevitáveis perguntas que começaram a ser feitas logo após a consumação da tragédia? E, durante todo o domingo, jornalistas e especialistas de diversas áreas ocuparam os meios de comunicação tentando respondê-las. As redes sociais também foram tomadas pelo evento trágico. Os indícios de negligência e falhas básicas de segurança já foram apontados e serão objeto de investigação nos próximos dias. Mas há outra dimensão desse tipo de tragédia que merece atenção.

É uma dimensão marcada, ao mesmo tempo, por silêncio, presença e exaltação da vida. O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, disse na tarde deste domingo que o momento não era de buscar culpados, mas sim de prestar apoio e solidariedade às milhares de pessoas mergulhadas em uma profunda dor. Não é uma frase fácil de ser dita por uma autoridade uma vez que a busca por culpados já estava em curso na chamada opinião pública. E tampouco é uma frase óbvia. Ela guarda um sentido mais profundo que aponta para algo que, se não representa uma cura imediata para a dor, talvez expresse o melhor que se pode oferecer para alguém massacrado pela perda, pela ausência, pela brutalidade de um acontecimento trágico: presença, cuidado, atenção, uma palavra.

Quem já perdeu alguém em um acontecimento trágico e brutal sabe bem que o caminho da consolação é longo, tortuoso e, não raro, desesperador. 

E é justamente aí que emerge uma das melhores qualidades e possibilidades humanas: a solidariedade, o apoio imediato e desinteressado e, principalmente, a celebração do valor da vida e do amor sobre todas as demais coisas.

     A vida é mais valiosa que a propriedade, o lucro, os negócios e todas nossas ambições e mesquinharias.

Na prática, não é essa escala de valores que predomina no nosso cotidiano. Vivemos em um mundo onde o direito à vida é, constantemente, sobrepujado por outros direitos. Tragédias como a de Santa Maria nos arrancam desse mundo e nos jogam em uma dimensão onde as melhores possibilidades humanas parecem se manifestar:

      O Estado e a sociedade, as pessoas, isolada e coletivamente, se congregam numa comunhão terrena para tentar consolar os que estão sofrendo. 

Não é nenhuma religião, apenas a ideia de humanidade se manifestando.

Uma tragédia como a de Santa Maria não é nenhuma fatalidade: é obra do homem, resultado de escolhas infelizes, decisões criminosas. Nossa espécie, como se sabe, parece ter algumas dificuldades de aprendizado. 

Nietzsche escreveu que muito sangue foi derramado até que as primeiras promessas e compromissos fossem cumpridos. É impossível dizer por quantas tragédias dessas ainda teremos que passar. Elas se repetem, com variações mais ou menos macabras, praticamente todos os dias em alguma parte do mundo e contra o próprio planeta.

Talvez nunca aprendamos com elas e sigamos convivendo com uma sucessão patética de eventos desta natureza, aguardando a nossa vez de sermos atingidos. Mas talvez tenhamos uma chance de aprendizado. Uma pequena, mas luminosa, chance. E ela aparece, paradoxalmente, em meio a uma sucessão de más escolhas, sob a forma de uma imensa onda de compaixão e solidariedade que mostra que podemos ser bem melhores do que somos, que temos valores e sentimentos que podem construir um mundo onde a vida seja definida não pela busca de lucro, de ambições mesquinhas e bens materiais tolos, mas sim pela caminhada na estrada do bom, do verdadeiro e do belo. A morte nos deixa sem palavras. Mas ela nos diz, insistentemente: é preciso, sempre, cuidar dos vivos e da vida.

EFEITO CROMAÑÓN GEROU MUITAS MUDANÇAS PARA O FUNCIONAMENTO DE BOATES E CASAS NOTURNAS NA ARGENTINA,

Tragédia similar na Argentina gerou mudanças em boates


Da BBC Brasil
O incêndio que deixou 194 mortos em 2004 na boate República Cromañón, em Buenos Aires, similar ao que ocorreu neste domingo em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, provocou uma série de mudanças na segurança nas casas noturnas da capital argentina.

As medidas incluíram mais sinalização interna das discotecas indicando a saída de emergência; menos tolerância no tocante ao limite de público autorizado para cada local e a colocação de cartazes indicando a quantidade permitida de pessoas no recinto

Locais com mais de um andar devem também agora atualizar, regularmente, informações sobre a resistência do prédio, segundo documento da Agência Governamental de Controle (AGC) publicado no site do governo da cidade de Buenos Aires.
As medidas foram definidas após reunião com empresários do ramo, músicos, arquitetos, engenheiros e os grupos que representam os pais das vítimas da tragédia na República Cromañón. Cabe à AGC verificar que as normas de segurança estão sendo cumpridas, de acordo com informações oficiais.
Internet
Além de novas exigências para as casas noturnas, também foram definidas e intensificadas as normas de segurança para bares, teatros independentes, clubes com música ao vivo e salões para tango, por exemplo. As exigências de segurança deverão ser respeitadas antes da abertura do local e durante seu funcionamento.
De acordo com o governo da cidade, os “cidadãos poderão saber o estado de habilitação e funcionamento dos locais na internet”.
O documento diz que eventos de grande público, como recitais e festas, deverão ter “autorizações especiais”.
As novas regras de segurança incluíram decretos, resoluções e leis.
Muitos dos debates contaram com a participação dos familiares das vítimas e foram transmitidos ao vivo pelas principais emissoras de televisão do país.

A tragédia argentina | Fotomontagem: nistido.com
Efeito Cromañón
Na prática, a tragédia na casa noturna portenha gerou uma série de medidas batizadas de “Efeito Cromañón”.
Logo após o episódio, que ocorreu no dia 30 de dezembro de 2004, várias casas noturnas foram interditadas no país.
Levantamentos indicaram, na ocasião, que, das quase duzentas casas noturnas da cidade, somente 61 atendiam às novas exigências de segurança.
Investigações policiais e judiciais revelaram que a discoteca República Cromañón tinha o certificado de bombeiros vencido, cerca do triplo de público permitido e problemas com a saída de emergência.
A perícia apontou que o uso de pirotecnia provocou o incêndio, que gerou uma fumaça mortal.
O grupo de rock teria o hábito de usar pirotecnia em seus shows, o que não teria feito naquela noite, sugerindo que a iniciativa poderia ter partido do público.
A tragédia provocou prisões de empresários, dos músicos e renúncias de políticos na cidade.
Ainda hoje o caso comove a Argentina. Na internet, especialistas publicaram documentos sobre o que deveria ser feito para que novas tragédias como esta não ocorram no país.
Num deles, da Universidade de Palermo, especialistas dizem que a população também deve estar “mais atenta” sobre os locais que frequenta, tentando saber se cumprem ou não as exigências de segurança.

POLÍCIA GAÚCHA AGE RÁPIDO FAZENDO PRISÕES DE MÚSICOS E DONO DA BOATE EM SANTA MARIA.


 Com Diário de Santa Maria- A Polícia Civil prendeu três pessoas, em caráter temporário, que são investigadas no caso do incêndio que atingiu a boate Kiss na madrugada de domingo em Santa Maria, interior do Rio Grande do Sul. A Polícia Civil ainda procura um quarto investigado contra o qual também foi decretada prisão temporária. O número de mortos na tragédia subiu para 236, de acordo com a Prefeitura do município.

Estão presos dois músicos da banda Gurizada Fandangueira e um sócio da casa noturna, que estava supostamente internado em uma clínica em Cruz Alta. As outras prisões ocorreram em Mata e em São Pedro do Sul. A polícia também já cumpriu mandados de busca e apreensão.

Foi preso o empresário Elissandro Spohr, o Kiko. Conforme o advogado dele, o criminalista Jader Marques, ele teve temor de permanecer em Santa Maria e buscou atendimento médico em Cruz Alta devido à intoxicação.
Spohr recebe atendimento por ter inalado a fumaça que se espalhou pela casa noturna durante o incidente. Segundo o advogado, o sócio estava presente na festa juntamente com a mulher, grávida, no momento em que a faísca de um sinalizador manuseado por um integrante da banda Gurizada Fandangueira atingiu o revestimento de isolamento acústico, no teto da boate.

— Não façamos um juízo antecipado do Kiko. Ele compareceu ontem (domingo) mesmo à Justiça e está absolutamente à disposição. Todas as pessoas que estavam na boate eram amigas dele. Foi lá que comemoraram datas significativas, foi lá que namorados e namoradas se conheceram — salientou Marques em entrevista à Rádio Gaúcha.

O chefe de Polícia, delegado Ranolfo Vieira Junior, disse que a polícia entendeu ser "imprescindível" para a investigação as prisões dos suspeitos.
— Foi necessário por causa de contradições em depoimentos — afirmou Ranolfo.

As prisões temporárias têm prazo de cinco dias. Também foram realizadas buscas nos locais onde os suspeitos foram capturados. Está marcada para as 11h uma entrevista coletiva das autoridades que cuidam do caso em Santa Maria.

NEGLIGÊNCIA OU FATALIDADE?

Santa Maria, a negligência como fatalidade

Postado por Juremir 

Toda vez que uma tragédia como a de Santa Maria acontece, chocando o mundo, os responsáveis logo falam em fatalidade.

E os laudos falam em sistemas de segurança inadequados ou vencidos.

Há sempre um alvará caduco, um extintor que não funciona, saídas de emergência inexistentes ou trancadas, sinalização deficiente, excesso de pessoas no recinto, procedimentos incorretos e improvisação.

Como usar um sinalizador num ambiente forrado como uma espuma protetora acústica altamente inflamável e capaz de liberar fumaça tóxica?

Os proprietários não sabiam que a banda usaria o sinalizador?

Não sabiam da espuma inflamável no teto?

Não houve uma reunião prévia para falar disso?

A fatalidade tem outro nome: negligência.

A negligência tem uma consequência: responsabilidade.

A PRESIDENTA CHORA AO ENCONTRAR OS PAIS DAS VÍTIMAS EM SANTA MARIA.


Dilma chora ao consolar pais das vítimas no Sul

 Do Brasil 247 

 

Roberto Stuckert Filho: Santa Maria - RS, 27/01/2013. Presidenta Dilma Rousseff durante visita às famílias das vítimas da tragédia ocorrida em boate. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Acompanhada por ministros, pelo governador do Rio Grando do Sul, Tarso Genro, e pelo prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer, presidente Dilma Rousseff conversou com feridos do incêndio na boate Kiss no Hospital de Caridade e seguiu para o ginásio do Centro Desportivo Municipal (CDM), onde estão parentes dos mortos. Após 15 minutos no local, onde chorou ao consolar familiares de vítimas, a presidente seguiu para Brasília


     A presidente Dilma Rousseff foi ao Hospital de Caridade, onde visitou as vítimas do incêndio da boate Kiss, informa o Diário de Santa Maria. Dilma chegou ao local por volta das 13h56min, acompanhada dos ministros Alexandre Padilha (Saúde), Aloizio Mercadante (Educação), Fernando Pimentel (Desenvolvimento), Maria do Rosário (da Secretaria de Direitos Humanos).

Ainda no Chile, a presidente anunciou o cancelamento de sua agenda na cúpula entre América Latina e União Europeia. "É uma tragédia para todos nós. Não vou continuar na reunião, por razões muito claras. Diante do que ocorreu, quem precisa de mim hoje é o povo brasileiro e é lá onde eu tenho de estar", disse.

Acompanhavam Dilma na visita ao hospital o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e o prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer. A presidente chegou a Santa Maria, às 13h35, Segundo informações do Hospital de Caridade. Há entre 50 e 70 pessoas internadas no local. Dilma e os ministros se reuniram no terceiro andar do hospital.

Após a visita às vítimas no Hospital de Caridade, a presidente se dirigiu ao ginásio do Centro Desportivo Municipal (CDM), onde estão os corpos das vítimas do incêndio da boate Kiss, que ocorreu por volta das 2h30min deste domingo. A presidente ficou por cerca de 15 minutos no local, onde cumprimentou familiares das vítimas e chorou ao consolar pais de jovens mortos na tragédia. Dilma foi embora sem falar com a imprensa e seguiu para Brasília.
 
 
 
 

domingo, 27 de janeiro de 2013

IMAGENS DA BOATE EM SANTA MARIA, ANTES DURANTE E DEPOIS DA TRAGÉDIA.

 FACHADA DA BOATE


 DENTRO DA BOATE



 INÍCIO DO INCÊNDIO


 OS SHOWS DENTRO


 INÍCIO DA CORRERIA DE ESTAVA DENTRO E CURIOSOS FORA


DESESPERO DAS PESSOAS SEM SAÍDA


 VISTA DO INTERIOR NA HORA QUE COMEÇA O INCÊNDIO


 DESESPERO DAS PESSOAS NO LADO DE FORA


 CORPOS DAS VITIMAS





 BOMBEIROS TENTANDO APAGAR O FOGO


 VITIMAS E PESSOAS TENTANDO AJUDAR SE MISTURAM


 VISÃO A DISTANCIA DA TRAGÉDIA


 PRESIDENTA VEIO DO CHILE SE SOLIDARIZAR COM AS VITIMAS E LOCAR AJUDA DO GOVERNO FEDERAL.


 DESESPERO DAS PESSOAS E DAS VITIMAS SENDO ORIENTADA PELA BRIGADA MILITAR.


AÇÃO DOS BOMBEIROS DIFICULTADA PELO ESPAÇO DA CASA NOTURNA.


OS GAÚCHOS ESTÃO DE LUTO ASSIM COMO O BRASIL PELA TRAGÉDIA DE SANTA MARIA.

É falta de respeito apontar culpados agora, diz governador do RS

27 de Janeiro de 2013 17h30 atualizado às 17h49
O governador Tarso Genro falou a jornalistas do Palácio Piratini, em Porto Alegre (RS) Foto:  / Divulgação O governador Tarso Genro falou a jornalistas do Palácio Piratini, em Porto Alegre (RS)
 

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), afirmou em entrevista coletiva neste domingo, no Palácio Piratini, em Porto Alegre, que o governo gaúcho vai trabalhar de forma rigorosa para apontar as causas do incêndio em uma casa noturna de Santa Maria que deixou pelo menos 233 mortos. Ele disse que, neste momento, é prematuro apontar culpados pela tragédia.

"Falar em culpa agora é falta de respeito ao trabalho que está sendo feito. Sem sabermos as causas, estaremos sempre culpando alguém de forma irresponsável", disse Tarso ao afirmar que fez uma recomendação à Polícia Civil para que seja feito um inquérito "profundo e eficiente" para que as causas da tragédia sejam elucidadas o mais rápido possível.


Ele ainda disse que o Estado não pediu apoio à Força Nacional para atuar na identificação das vítimas e na investigação do incidente, já que esse trabalho vem sendo feito de maneira "rápida e eficiente" pelos servidores da Polícia Civil, Brigada Militar e Instituto Geral de Perícias (IGP). Ele ainda agradeceu o apoio da presidente Dilma, que esteve em Santa Maria nesta tarde, e de todas as pessoas e instituições que têm se solidarizado com o luto dos gaúchos.
"Acompanhei o trabalho no local, vi os corpos dos jovens, homens e mulheres vitimados por essa tragédia", afirmou Tarso ao dizer que este é o momento para todos serem solidários às famílias das vítimas. Segundo o governador, ele ficou sabendo do incêndio ainda durante a madrugada, após comunicado do secretário da Segurança.

Incêndio em casa noturna

Um incêndio de grandes proporções deixou ao menos 233 mortos na madrugada deste domingo em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo começou com um sinalizador lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.

Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.
A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu viagem oficial que fazia ao Chile e foi a Santa Maria.

sábado, 26 de janeiro de 2013

HISTÓRIA VIVA: DILMA ROUSSEFF PRESA E TORTURADA PELOS INFAMES DA DITADURA MILITAR.



Dilma no pau-de-arara mineiro

Postado por Juremir no seu blog.

Para quem gosta de insultar o bom senso com a conversa rasteira e reacionária sobre investigar e punir os tais dois lados, o jornal Estado de Minas traz um documento arrasador. Mostra como a atual presidente Dilma Rousseff foi torturada pela ditadura.

Quem pagou?

Quem foi punido?

Ninguém.

*

Documento traz detalhes da tortura sofrida por Dilma



Reportagem do EM que noticiou o julgamento em Juiz de Fora (Dilma aparece no banco dos réus, no alto à direita)  (Marcos Michelin/EM/D.A.Press - Reprodução)
“Me deram uma injeção e disseram para não bater naquele dia”, conta Dilm
A presidente Dilma Vana Rousseff foi torturada nos porões da ditadura em Juiz de Fora, Zona da Mata mineira, e não apenas em São Paulo e no Rio de Janeiro, como se pensava até agora. Em Minas, ela foi colocada no pau de arara, apanhou de palmatória, levou choques e socos que causaram problemas graves na sua arcada dentária. É o que revelam documentos obtidos com exclusividade pelo Estado de Minas , que até então mofavam na última sala do Conselho dos Direitos Humanos de Minas Gerais (Conedh-MG). As instalações do conselho ocupam o quinto andar do Edifício Maletta, no Centro de Belo Horizonte. Um tanto decadente, sujeito a incêndios e infiltrações, o velho Maletta foi reduto da militância estudantil nas décadas de 1960 e 70.

Perdido entre caixas-arquivo de papelão, empilhadas até o teto, repousa o depoimento pessoal de Dilma, o único que mereceu uma cópia xerox entre os mais de 700 processos de presos políticos mineiros analisados pelo Conedh-MG. Pela primeira vez na história, vem à tona o testemunho de Dilma relatando todo o sofrimento vivido em Minas na pele da militante política de codinomes Estela, Stela, Vanda, Luíza, Mariza e também Ana (menos conhecido, que ressurge neste processo mineiro). Ela contava então com 22 anos e militava no setor estudantil do Comando de Libertação Nacional (Colina), que mais tarde se fundiria com a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), dando origem à VAR-Palmares.
As terríveis sessões de tortura enfrentadas pela então jovem estudante subversiva já foram ditas e reprisadas ao longo dos últimos anos, mas os relatos sempre se referiam ao eixo Rio-São Paulo, envolvendo a Operação Bandeirantes, a temida Oban de São Paulo, e a cargeragem na capital fluminense. Já o episódio da tortura sofrida por Dilma em Minas, onde, segundo ela própria, exerceu 90% de sua militância durante a ditadura, tinha ficado no esquecimento. Até agora.

Sede do Quartel General de Juiz de Fora, onde teriam ocorrido as sessões de tortura  (Roberto Fugêncio/ Tribuna de Minas)
Sede do Quartel General de Juiz de Fora, onde teriam ocorrido as sessões de tortura

Tortura psicológica
“Tinha muito esquema de tortura psicológica, ameaças. Eles interrogavam assim: ‘Me dá o contato da organização com a polícia?’ Eles queriam o concreto. ‘Você fica aqui pensando, daqui a pouco eu volto e vamos começar uma sessão de tortura.’ A pior coisa é esperar por tortura.”
Ameaças
“Depois (vinham) as ameaças: ‘Eu vou esquecer a mão em você. Você vai ficar deformada e ninguém vai te querer. Ninguém vai saber que você está aqui. Você vai virar um ‘presunto’ e ninguém vai saber’. Em São Paulo me ameaçaram de fuzilamento e fizeram a encenação. Em Minas não lembro, pois os lugares se confundem um pouco.”
Sequelas
“Acho que nenhum de nós consegue explicar a sequela: a gente sempre vai ser diferente. No caso específico da época, acho que ajudou o fato de sermos mais novos; agora, ser mais novo tem uma desvantagem: o impacto é muito grande. Mesmo que a gente consiga suportar a vida melhor quando se é jovem, fisicamente, a médio prazo, o efeito na gente é maior por sermos mais jovens. Quando se tem 20 anos o efeito é mais profundo, no entanto, é mais fácil aguentar no imediato.”
Sozinha na cela
“Dentro da Barão de Mesquita (RJ), ninguém via ninguém. Havia um buraquinho na porta, por onde se acendia cigarro. Na Oban (Operação Bandeirantes), as mulheres ficavam junto às celas de tortura. Em Minas sempre ficava sozinha, exceto quando fui a julgamento, quando fiquei com a Terezinha. Na ida e na vinda todas as mulheres presas no Tiradentes sabiam que eu estava presa: por exemplo, Maria Celeste Martins e Idoina de Souza Rangel, de São Paulo.”
Visita da mãe
“Em Minas, estava sozinha. Não via gente. (A solidão) era parte integrante da tortura. Mas a minha mãe me visitava às vezes, porém, não nos piores momentos. Minha mãe sabia que estava presa, mas eles não a deixavam me ver. Mas a doutora Rosa Maria Cardoso da Cunha, advogada, me viu em São Paulo, logo após a minha chegada de Minas. Hoje ela mora no Rio e posso contatá-la ”
Cena da bomba
 (Reprodução)“Em Minas, fiquei só com a Terezinha. Uma bomba foi jogada na nossa cela. Voltei em janeiro de 72 para Juiz de Fora (nunca me levaram para BH). Quando voltei para o julgamento, me colocaram numa cela, na 4ª Cia. de Polícia do Exército, 4ª Região Militar, lá apareceu outra vez o Dops que me interrogava. Mas foi um interrogatório bem mais leve. Fiquei esperando o julgamento lá dentro.”
Frio de cão
“Um dia, a gente estava nessa cela, sem vidro. Um frio de cão. Eis que entra uma bomba de gás lacrimogênio, pois estavam treinando lá fora. Eu e Terezinha ficamos queimadas nas mucosas e fomos para o hospital. Tive o
‘prazer’ de conhecer o comandante general Sílvio Frota, que posteriormente me colocaria na lista dos infiltrados no poder público, me levando a perder o emprego.”
Motivos
“Quando eu tinha hemorragia, na primeira vez foi na Oban (…) foi uma hemorragia de útero. Me deram uma injeção e disseram para não bater naquele dia. Em Minas, quando comecei a ter hemorragia, chamaram alguém que me deu comprimido e depois injeção. Mas me davam choque elétrico e depois paravam. Acho que tem registros disso no final da minha prisão, pois fiz um tratamento no Hospital das Clínicas.”
Morte e solidão
“Fiquei presa três anos. O estresse é feroz, inimaginável. Descobri, pela primeira vez, que estava sozinha. Encarei a morte e a solidão. Lembro-me do medo quando minha pele tremeu. Tem um lado que marca a gente o resto da vida.”
Marcas da tortura
“As marcas da tortura sou eu. Fazem parte de mim.”

A CHINA AMARGA O CUSTO DO DESENVOLVIMENTO.


POLUIÇÃO NA CHINA TERÁ SOLUÇÃO A LONGO PRAZO
Por Michael Martina PEQUIM, 15 Jan (Reuters) 
- Dias depois de fumaça asfixiante cobrir a capital da China, o próximo primeiro-ministro do país somou sua voz aos apelos para conter a fumaça tóxica, mas ofereceu poucos detalhes e disse que não há solução rápida.
Os comentários do vice-premiê Li Keqiang, que deve assumir o cargo de primeiro-ministro em um congresso nacional em março, marcaram a primeira vez que um membro do Comitê Permanente do Politburo do Partido Comunista abordou os níveis de poluição que atingiram patamares recordes durante o fim de semana.
As condições tinham melhorado um pouco nesta terça-feira, mas o ar perigoso provocou comentários irritados de alguns dos 20 milhões de moradores de Pequim e inspirou a mídia estatal geralmente complacente a criticar a inércia do governo.
"Houve um acúmulo de longo prazo para este problema, e a solução vai exigir um processo de longo prazo. Mas temos de agir", disse a rádio estatal citando Li nesta terça-feira, três dias após as medidas de poluição ultrapassarem os recordes anteriores.
"Por um lado, temos que aumentar a força da gestão ambiental e outras tarefas oficiais, e, por outro lado, devemos lembrar ao público para reforçar a proteção pessoal. Esta situação exige conscientização e participação de todas as pessoas e nossa administração conjunta", afirmou.
Emissões de fábricas e usinas de aquecimento, vapores de milhões de veículos e da queima de tijolos de carvão para aquecer casas muitas vezes cobrem a cidade com uma névoa pungente que pode ficar parada sobre a cidade dependendo das condições meteorológicas.
A qualidade do ar em Pequim ficou muito acima dos níveis de risco no fim de semana, chegando a 755 no sábado em um índice que mede partículas no ar com um diâmetro de 2,5 micrômetros. Um nível acima de 300 é considerado perigoso, enquanto que a Organização Mundial de Saúde recomenda um nível diário de não mais do que 20.
Partículas com um diâmetro de 2,5 micrômetros, conhecidas como PM2.5, pode causar doença cardiopulmonar, câncer de pulmão e infecção respiratória aguda, de acordo com o Jornal de Toxicologia e Saúde Ambiental.
Li elogiou o governo por abertamente publicar os dados sobre as partículas PM2.5 de uma maneira "oportuna e realista", embora essa mudança tenha acontecido só no ano passado após pressão da opinião pública em resposta a um acompanhamento popular do índice publicado pela Embaixada dos EUA em Pequim .
No entanto, alguns observadores disseram que o governo tem sido relativamente rápido em assumir o tamanho do problema da poluição do ar na capital, em parte porque está preocupado com a instabilidade potencial de problemas de poluição crescentes em todo o país, mas também porque a qualidade do ar não pode ser escondida dos olhos do público, apesar da mídia estritamente controlada.
O escritório de Pequim da agência de vigilância ambiental da China disse em seu microblog na segunda-feira que implantou um plano emergencial de redução de poluição de um dia, que visa reduzir o número de carros do governo nas estradas e cortar as emissões em 54 fábricas em 30 por cento.
Trabalhos de escavação e demolição em 28 canteiros de obras seriam temporariamente interrompidos, informou, mas não ofereceu detalhes sobre os projetos ou fábricas envolvidas no plano.
Ma Jun, um ambientalista que fundou o Instituto de Assuntos Públicos e Ambientais, disse que a maneira como o governo lidou com a recente onda de fumaça foi "sem precedentes" em sua transparência.
"O primeiro passo é dizer às pessoas a verdade, e colocar a saúde das pessoas à frente do governo", disse Ma à Reuters.
As leituras de poluição do ar ainda pairavam em níveis insalubres nesta terça-feira, segundo dados da Embaixada dos EUA.

A LUZ QUE QUEIMA OS OLHOS DA IMPRENSA NÃO DEIXA O POVO CEGO