"Ninguém vai calar a boca do Romário", diz jornalista inglês
THIAGO TUFANO
O jornalista inglês Andrew Jennings, autor de diversas investigações sobre corrupção na Fifa e na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), envolvendo principalmente os brasileiros Ricardo Teixeira e João Havelange, além do suíço Joseph Blatter, elogiou nesta quarta-feira a atitude do ex-jogador e agora deputado federal Romário. Segundo o jornalista, o "Baixinho", como o próprio Jennings disse, é o autor da melhor notícia a respeito da administração do futebol nacional até hoje.
O deputado anunciou hoje que reuniu o número de assinaturas necessárias para a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da CBF. Ele vai protocolar o requerimento na Secretaria Geral da Mesa, no subsolo do anexo principal da Câmara dos Deputados. Para abrir uma CPI, a Câmara exige apoio de um terço dos deputados, ou seja, 171. O ex-atacante conseguiu 188 nomes em cerca de 24h - fez tudo pessoalmente, conversando com os deputados desde as 15h de ontem.
"Isso é brilhante. Ele foi, conversou com as pessoas e está tentando fazer acontecer. Eu não achava que Romário fosse conseguir as assinaturas e fiquei muito feliz em saber que eu estava errado. Isso é muito bom e vou estar sempre olhando. Ninguém pode calar a boca dele", afirmou Jennings, durante a 6º Edição do MediaOn - Seminário Internacional de Jornalismo Online.
Sempre brincalhão e jogando com metáforas, o descontraído jornalista investigativo fez questão de afirmar que não conhece Romário, apenas a carreira do ex-atleta como jogador. "Não me importo, não sei se ele estrangula o filho ou arranca perna de gatinhos", brincou Jennings. "Ele está fazendo o que ele tem que fazer. Esse cara, o Baixinho, não tem medo de nada e de ninguém. O Blatter não pode chegar e falar que ele não sabe falar sobre futebol. Ele jogou em vários lugares e conhece bem o futebol. Foi um atleta excepcional, mas isso não faz dele uma pessoa honesta ou boa", destacou.
Jennings afirmou que encontrou o atual deputado federal apenas uma vez e que o contato foi difícil por não falar português, já que Romário também não fala inglês. "Quando me encontrei com ele estivemos juntos por três horas em Londres. Eu conheço a carreira dele como jogador de futebol. Eu sei que o Romário está falando as coisas certas em Brasília. Todas as pessoas que falam que o Brasil deveria ter ingressos mais baratos está no caminho certo. Mas é só um voto no Congresso", lembrou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário