Diego Costa ensinou a diferença entre nascer e criar
Fonte:portal terra/WANDERLEY NOGUEIRA
Diego Costa escolheu jogar pela Espanha. Assim que a decisão do jogador foi conhecida a CBF reagiu.
O treinador brasileiro disse que “ele está dando as costas para um sonho de milhões”. O presidente da entidade afirmou que “iremos até as últimas consequências”.
Claro, para a CBF Diego Costa será considerado para sempre um traidor. E, infelizmente, muitas pessoas vão alimentar essa acusação da patriótica entidade que comanda o futebol do Brasil.
Mas, antes de embarcar nessa conversinha , é preciso refletir melhor. Diego Costa nunca jogou profissionalmente no Brasil.
Começou a carreira em Portugal e chegou à Espanha em 2007. Depois disso, jogou pelo Celta de Vigo, Albacete, Valladollid e Rayo Vallecano.
Recentemente, começou a fazer sucesso no Atlético de Madrid e começou a ser comentado por aqui. Foi chamado para dois amistosos e jogou um total de 35 minutos.
Não deve ter agradado, afinal, nem foi lembrado para a Copa das Confederações.
Jogando tantos anos na Espanha e fazendo muitos gols, a seleção espanhola se interessou por ele.
Sabendo disso, nas ultimas semanas, o treinador da CBF resolveu convocá-lo. Falou até com o empresário do atleta, como ouvimos na reveladora “pegadinha” espanhola. Adiantou até que Diego Costa era quase o titular.
Talvez, se tivesse falado diretamente com o jogador, a CBF não teria sofrido o desgaste de ouvir um sonoro “não”.
Acertaram – e foram muitos – aqueles que tinham certeza de que ele jogaria pela Espanha.
Não sei os reais motivos da escolha, mas imagino que ele tenha levado em conta a diferença entre nascer e criar.
Ele foi parido no Brasil, mas no futebol foi criado pela Espanha. Dela recebeu formação, afeto e dinheiro para viver.
Aqui no Brasil ele abriu os olhos, começou a ter vida exterior, saiu do ventre materno.
Na Espanha ele começou a existir como futebolista, saiu do nada.
Foi gerado pelo futebol espanhol. Jogando bola como profissional, foi amamentado pela Espanha.
Foi lá que ele cresceu, foi ali que ele desenvolveu-se.
Nada mais justo do que vestir a sua camisa dentro do campo.
Ele deu um recado para os insensíveis da CBF: gratidão não deve ter memória curta
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