quinta-feira, 23 de novembro de 2017

"RICO PRECISA DE AJUDA"


Nosso país canalha


Vale repetir: era uma vez um país que não queria se enxergar apesar de todos os espelhos que lhe eram oferecidos. Esse país se chama obviamente Brasil. A última lente que lhe foi apresentada tem um nome sugestivo: “A distância que nos une, um retrato das desigualdades brasileiras”. É um produto da Oxfam, entidade internacional que escancara os fossos mundiais entre ricos e pobres. Ponto um, “50% da população brasileira possui cerca de 3% da riqueza total do país”. Compare, caro e ilustrado leitor, com Alemanha, Suécia e Dinamarca.
Era uma vez um país de herdeiros: “Do total dos bilionários brasileiros, metade herdou patrimônio da família”. Era uma vez um país de latifúndios: “No Brasil, não há limites para o tamanho de propriedades, existindo fazenda maiores que 150 mil hectares, o tamanho do município de São Paulo”. Era uma vez um país no qual a desigualdade vem pelo cano: “No caso da cobertura de esgoto, ela abrange 80% dos 5% mais ricos, porém, cai para menos de 25% se observados os 5% mais pobres”. Era uma vez um país onde até a morte faz diferença entre ricos e pobres: “Dados mais recentes dão conta de que em Cidade Tiradentes, bairro da periferia de São Paulo, a idade média ao morrer é de 54 anos, 25 a menos do que no distrito de Pinheiros, onde ela é de 79 anos”. Nada disso é obra do acaso. Não.
É obra de governos de elite. Vai continuar: “Em 2015, a pobreza voltou a crescer, quebrando uma sequência de cerca de dez anos de queda contínua”. Onde a desigualdade se apoia? Por exemplo, na tributação. Nosso sistema é regressivo: mais ricos pagam menos impostos. Segura essa, ilustrado leitor: “Pessoas que ganham 320 salários mínimos mensais pagam uma alíquota efetiva de imposto (ou seja, aquela realmente paga após descontos, deduções e isenções) similar à de quem ganha cinco salários mensais e quatro vezes menor em comparação com declarantes de rendimentos mensais de 15 a 40 salários mínimos”. É a política de cota tributária para os pobres super-ricos.
Fica assim: “A progressividade das alíquotas efetivas cresce até a faixa dos 20 a 40 salários mínimos de rendimento, passando a partir daí a cair vertiginosamente”. Eu pago o mesmo que Gerdau e não vou ao Carf. Desde 1996, auge da era FHC, os muitos ricos vivem no paraíso: não pagam imposto de renda sobre lucros e dividendos de suas empresas. Só Brasil e Estônia praticam essa generosidade. Definição: “Lucros e dividendos são justamente os salários dos super-ricos”. Em 2016, pessoas ganhando mais do que 80 salários mínimos tiveram isenção média de “66% de impostos, podendo chegar a 70% para rendimentos superiores a 320 salários mínimos mensais”. Já as isenções para quem recebe de um a três salários mínimos não passam de 9%, indo a 17% até 20 salários mínimos. Sem dúvida, os super-ricos precisam de cuidados especiais.
Feitas as contas, os “10% mais pobres do Brasil gastam 32% de sua renda em tributos”, incluindo os indiretos, enquanto os 10% mais ricos não vão além dos 21%. Arremate: “Três em cada quatro brasileiros que estão na faixa dos 10% mais pobres – a que mais gasta com tributos – são negros e mais da metade são mulheres”. Rico precisa de ajuda.

terça-feira, 14 de novembro de 2017

A "CASA GRANDE " CONTINUA A FABRICAR MONSTROS RACISTA NO BRASIL.

MAISTER F. DA SILVA

Militante do Movimento dos Pequenos Agricultores


Waack’s


Reprodução
Rede Globo de Televisão, cérebro central e orientadora político-ideológica da grande imprensa brasileira, principal partido da burguesia, máquina de manipulação da realidade e disseminadora principal da cultura do ódio e divisionismo da classe trabalhadora, departamento de formação de opinião da classe média, cria e recria diariamente e conforme seus interesses milhares de Willians Waack's, alguns chegam a âncora de importantes jornais, outros são mera correia de transmissão de sua ideologia racista, machista, homofóbica, escravocrata e anti-democrática. O problema é que ela cria esses monstros e não assume seu compromisso com as atitudes dos mesmos, passando despercebida, correndo longe de seu compromisso perante a população. Fosse em um país verdadeiramente democrático, com um setor jurídico que fizesse valer sua função social, estaria no banco dos réus desde a muito tempo.
A demissão de Willian Waack foi uma vitória importante contra o conservadorismo, no âmbito simbólico e propagandista, serviu para dizer que nos mantemos vigilantes frente a qualquer tipo de violação de direitos, mas no cerne da questão, não toca um dedo. A Rede Globo tem a sua disposição milhares de Waack's, prontos para disponibilizar sua verborragia a serviço da continuidade manipulativa da empresa vassalo do capital financeiro e industrial, não se pode negar que é um vassalo qualificado, braço ideológico do aparato e que bem sabe, sua sobrevivência só é permitida tendo a disposição seres desprezíveis como Willian Waack, responsáveis pelo serviço sujo.
A saída de Willian Waack, não toca um dedo no cerne da questão, por que não atingiu a empresa, sua orientação política não vai mudar, ao tempo que também não irá influenciar em sua continuidade a ditar a pauta dos grandes veículos de comunicação, vide sua luta contra o Ex-presidente Lula e a reportagem publicada, no último dia 10 de novembro, pela Revista Istoé "Lula deve morrer", assinada pelo colunista Mario Vitor Rodrigues, numa clara incitação ao ódio. A cada Waack que sai, um novo é posto no lugar. Outro exemplo prático é a novela das nove, programa mais assistido da Rede Globo, perfeita manipulação travestida de denúncia, o núcleo principal é composto por uma elite e uma classe média raivosa que reverbera, capítulo a capítulo o real pensamento ideológico da empresa, acerca dos pobres, negros, gays e minorias (atriz anã), também de forma subjetiva retrata o que pensa das riquezas de nosso subsolo, visto que na vida real eles consideram mesmo é que todas essas riquezas devem ser entregues aos cuidados do estrangeiro.
Dito isto, encerro afirmando que a demissão de Willian Waack ao fim e ao cabo, nada significa na queda de braço contra o real inimigo, não balançou seu poderio, nem desgastou ao mínimo sua imagem, por que a cruzada de desmanche moral focou apenas no indivíduo, em nenhum momento se apontou a quem ele serve. Sabendo que um dos pilares do conservadorismo é tal empresa, inimiga da democracia social, econômica e racial, o foco principal deve ser sempre a sua destruição final, o dia em que ela perecer, perece também a principal parideira de Waack's. Derrubar um âncora por dia, sem destruir quem os cria, é como se todo dia que galinha põe um ovo, a gente vai lá e o quebra, mas ela continua pondo religiosamente todos os dias... ou você imagina que um Mario Vitor Rodrigues é diferente de Willian Waack.